terça-feira, 25 de maio de 2010

......TELHADOS I.....


Telhados, muitos telhados...fazem-me lembrar peças de encaixe de um jogo formando uma singular imagem carregada de....subjetividade.
Telhados exercem sobre mim um certo fascínio. Por quê? Não tenho a menor idéia. Simplesmente gosto de admirá-los. Telhados estão acima do bem e do mal, são os olhos e os ouvidos da vida. Ouvem e veem tudo sem opinar, sem tomar partido, são simples assistentes da realidade. E se fizéssemos como os telhados, se vez por outra, observássemos os acontecimentos assim, bem do alto? Será que não descobriríamos que as dificuldades e obstáculos não são tão difíceis de serem ultrapassados?
Ah, os telhados! Vejo muita poesia neles...É o lugar preferido dos gatos quando querem amar. O amor dos gatos das grandes metrópolis não tem o mesmo encanto, não há telhados, só arranha-céus, cimento, aço e vidros...Pobres bichanos...
É nos telhados que ficam as chaminés (deveria haver uma lei na arquitetura que obrigasse as casas a terem uma chaminé, mesmo que de enfeite fosse. As minhas casas desenhadas em menina tinham todas uma chaminé de onde saia uma fumacinha com formas e cores variadas. Será que a origem da felicidade não estaria numa singela chaminé? É simbologia, eu sei...chaminé é aconchego, calor humano, é pão quentinho, é bolo macio, é chá fumegante, é proximidade, é toque de mãos, de pés...). Chaminés, no Natal, são a “porta” de entrada do Papai Noel. É infantilidade? Não, é magia, é sonho, é encantamento...
E quando é inverno nos países de alta latitude? É a época em que os telhados, todos inclinados, atingem o auge da imponência e beleza... Cobrem-se totalmente como se estivessem a se proteger do rigor do frio...com um grosso cobertor de neve.
Telhados...lindos mesmo são os tradicionais...telhas vermelhas, onduladas, trabalhadas pelas mãos ágeis do oleiro e queimadas no calor do fogo.
Quanta coisa poderia ser dita dos telhados...proteção, aconchego, privacidade... Será que há muita gente como eu, que vê encantamento neles? Não tenho medo de altura, quem sabe qualquer dia, eu tome a iniciativa de subir num belo telhado? Sentada, verei o mundo sob uma nova perspectiva. Olhar o mundo da janela de um prédio não tem magia, é como se estivesse engaiolada, impedida de usufruir de tudo o que meus olhos veem. Já de um telhado, me sentirei livre, dona de mim e da paisagem ao meu redor. E com um pouquinho de sorte, quem sabe, não serei convidada a conhecer a casa de alguma andorinha construída no beiral do telhado? Andorinhas são espertas, elas sabem que de um telhado podem alçar voo para onde quiserem...sem medo e com muita graciosidade.
Quando estiverem caminhando por aí e ouvirem um...PSIUUU!....olhem para o alto, poderei ser eu de algum telhado escondida atrás de uma chaminé acenando pra vocês....Quem sabe??......

3 comentários:

  1. Fascinação por telhados...ver poesia nos telhados......Quem é capaz disso? Você

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  2. Interessante reflexão, gostei
    bjinhos

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  3. hermoso poema a los tejados,ellos son nuestra protección, como es cielo es el tejado del mundo
    besosssssssssssssss

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