Ainda falando no tempo...O TEMPO E O SILÊNCIO.....

O Sol já fez seu passeio de todos os dias pelo céu e , cavalheiro, oferece à Lua todo o infinito. E a Lua...ah! essa Lua com tantas companheiras, as Estrelas, parece que me deixam meio anestesiada....ou seria extasiada? ...ou embriagada? Não sei....É quando os sentimentos que pareciam estar acomodados, se tornam tão intensos que fazem as palavras se calarem dando voz aos gritos de um silêncio que machuca.
Não sei se é hora boa ou má.... Não sei se é o morrer do dia ou o nascer da noite..... Não sei se é o cansaço do Sol ou a calmaria da Lua... Não sei se é o agitado azul de um céu que se foi ou o brilho reconfortante das estrelas que chegam.... Não sei...nada sei...Não sei se abro os braços ou os deixo, rígidos, caídos ao longo do corpo...Não sei se estou no meu avesso ou no meu direito.... Não sei se sou essência ou aparência... Não sei se existo realmente ou se sou apenas uma ilusão....Não sei...nada sei.....Apenas sei que é a hora que mais me ouço, que me respondo sem me ter feito perguntas, a hora em que o tempo e o silêncio , se acomodam, fazem planos, trocam confidências e fazem de mim cenário e palco, atriz e platéia, mulher e brinquedo......
Esse tempo anoitecido que passa preguiçoso, que adormece o vento, que esconde os caminhos, que aninha pássaros, que fecha rosas, que amordaça a boca...mas que revive cheiros, que recorda toques, que saboreia gostos, que arrepia a pele, que abre o peito, que sangra a alma, que chove nos olhos, que endoidece pensamentos.....e que me faz vítima desse meu “rush íntimo”....
Ligo a TV, ponho uma música em alto som...Só assim deixo de ouvir o silêncio e as falas dos meus sentimentos, mas o tempo....esse não desaparece...permanece ali, aqui, teimoso, dentro e fora de mim...preguiçoso, indestrutível e inabalável...perverso.....