.....AI, QUE VONTADE DOIDA DE SER FELIZ.....

Saio pela noite, escondida de mim
Sigo por ruas e vielas vestida com véus de névoa,
...alimentando-me do frio, engordando mágoas
e embrutecendo sentimentos
Espanto vultos e sombras em becos adormecidos
Entro em sonhos distraídos e transformo-os em pesadelos
Apenas o meu riso de escárnio e os pios de um fantasma de coruja se fazem ouvir
De algum lugar, uma estrela me observa e mais forte do que eu, enfrenta-me
Com seu imenso braço pontiagudo, agarra-me e, sem piedade,
...amordaça meus risos e dá-me uma surra de brilho e luz
Quase desmaiada, leva-me ao meu corpo abandonado numa cama desfeita
Antes de partir, a estrela sussurra aos meus ouvidos: “Nunca mais faça isso!”
E deixa gravada na minha alma, uma simples palavra...AMOR
Lá se vai a estrela que, exausta, diz ao sol que está chegando:
“Acorda-a com um beijo!”
Assim faz ele. Aos poucos, entra pela minha janela
....e toca-me a boca com um beijo quente e molhado
Acordo, espreguiço-me, afasto a cortina...
....abro os braços, olho para o céu azul e grito ao mundo:
“AI, QUE VONTADE DOIDA DE SER FELIZ!”