domingo, 8 de maio de 2011

...DIA DAS MÃES......



O meu beijo à vc que é mãe, que ainda será mãe, que faz o papel de mãe. À vc, quem quer que seja, que abraça, que acarinha como se mãe fosse...E um pouquinho da minha história de mãe......


Hoje, nos preparativos para o almoço do Dia das Mães (afinal,ir ao restaurante nesse dia não é presente...é castigo...as filas...) estava pensando no que seria ser mãe para mim. Ora, mãe é mãe...e ponto final...é gerar, é parir, é criar...e, por aí vai. Parece pensamento sem emoção, sem sentimento. Não conseguia pensar nas mensagens lindas, cheias de apelos emotivos que recebemos nessa data. Será que estou ficando insensível? Vieram-me outros pensamentos...pensamentos não...vieram-me histórias, muitas histórias. Lembrei-me das vezes em que, de maleta na mão, fui para a maternidade pra ser mãe pela primeira vez...”Ainda não é a hora, pode voltar pra casa...”.Mãe de primeira viagem.....
Lembrei-me da vez em que, fazendo a limpeza da cozinha, uma das filhas me pedia algo que já não me lembro o que era, mas não podia deixar o que estava fazendo para atendê-la. Já cansada, disse-lhe...”Filhinha, vá lá no quarto da mamãe e vê se a mamãe está lá, vá...”. A inocente sai imediatamente e logo volta e diz...”Não, mamãe, já vi,mas você não está lá não..”.Pobrezinha, e lá foi ela mais algumas vezes...Maldade!!!!
Lembrei-me de uma vez, corrigindo dezenas de provas, toca o telefone e eu digo para uma delas...”Atende, filha, e diz que eu não estou...”. Dito efeito...ela atende e diz...” Oi, a mamãe está dizendo que ela não pode falar porque não está aqui...”. Que belo exemplo...ensinando a mentir (mãe também é gente...tem muitos defeitos)
Lembrei-me das inúmeras vezes que era acordada por uma delas, às 3 ou 4 horas da madrugada...”mamãe, levanta, vem me vestir que eu não quero chegar atrasada...”. Olhava e lá estava ela segurando numa mão o uniforme do maternal e na outra o pente e o laço de fita do cabelo. Sempre responsável desde pequena...
Lembrei-me da vez em que a filha do meio chamou-me sorridente, dizendo...”Vem,mamãe, vem ver como a maninha está linda, parecida com você...”. Chegando ao berço, deparei-me com um bebê de 3 meses com o rosto totalmente pintado de batom vermelho (e estava parecida comigo? Meu Deus, que assombro!...)
Lembrei-me da vez em que a professora, minha colega de escola, chegou para mim e disse...”Olha, acho que temos que mudar a sua filha de turma, ela já sabe ler e escrever, termina logo as tarefas e depois, desculpe-me, mas aí só faz atrapalhar os outros!...” Que vergonha! Bem feito para mim, quem me mandou alfabetizá-la tão cedo? Tivemos que arrumar outra turma para ela. E assim, lá se foi a “sapeca” de 5 anos para uma turma de segunda série. Aí é que a coisa esquentou....
Lembrei-me das inúmeras vezes em que, atarefada nas lidas da casa e de olho no relógio para ir trabalhar, levava a mamadeira para a mais nova no berço...e ia continuar o que estava fazendo. Logo, ouvia um barulho...era a mamadeira já vazia que ela jogava para fora do berço. Ia ao quarto, pegava a mamadeira e dava-lhe um beijinho. Menina esperta!....
Lembrei-me da vez em que,cansada das notas vermelhas na tabuada (filha de professora com notas vermelhas era inadmissível...), decidi ficar com ela memorizando a “perversa” pela madrugada afora para o teste do dia seguinte (e dizia. “eu não sou mais eu, se você não aprender essa tabuada, nem que seja na marra! Chega de notas vermelhas!)...7X1...7X2...7X3........Dito, feito e cumprido...a “maldade” da mãe professora foi válida...ficou craque na bendita tabuada..Com os meus alunos...pedagogia, em casa...”paudagogia”.
Lembrei-me da amiga que, ao me encontrar, diz gargalhando...”Encontrei tua filha ontem, indo para a escola, andando de costas e me disse que, como estava ventando, não queria que o vento desmanchasse o cabelo dela!...”. Vaidosa, tudo bem...mas andar de costas?.....
Lembrei-me de quando dizia para a outra...”Como é, já tomou banho?” E ela respondia...”Estou acabando.” Dava uma incerta, abria a porta do boxe e lá estava ela, no cantinho, completamente seca e a água caindo, caindo a metros de distância...E das vezes em que a mesma ia se deitar de uniforme para no dia seguinte já acordar vestida...era pra dormir mais um pouco, dizia...Pode??....
Lembrei-me da vez em que,depois da prova de geografia, ela veio toda faceira me contando...”Mamãe, caiu o que nós estudamos, para desenhar a rosa dos ventos”. “Que bom, filha, você desenhou direitinho, não esqueceu nenhum ponto cardeal e colateral?...”. “Ué, mamãe, era isso?” Ai, meu Deus, o que vem por aí? Nem precisei perguntar que ela foi logo falando...”Eu desenhei uma linda rosa virada e a cara do vento soprando ela”. Parece piada...mas juro que é verdade. Não sabia se chorava ou se ria....
Tantas coisas me vieram à mente, tantas histórias...o crescimento delas, os lanches aqui em casa com os amigos, os primeiros namoricos...Vi-as crescendo, tornando-se lindas mocinhas, entrando no segundo grau, o estresse dos vestibulares, a entrada na faculdade...estavam se tornando mulheres, 3 lindas mulheres com idéias próprias, interesses individualizados, habilidades particulares, seus maus humores...cada uma, uma personalidade, um estilo,um jeito de ser..mas todas, igualmente adoráveis, algumas vezes, nem tanto...À medida que foram crescendo, o trabalho braçal ia diminuindo, mas as preocupações aumentando, aumentando...As saídas noturnas que queriam, o pai que dizia um NÃO categórico e eu, ali, no meio, servindo de ponto de equilíbrio...e haja malabarismos e contorcionismos nas palavras, desculpas e panos quentes.....
Filhos, histórias de vida, histórias de amor, histórias de luta...tenham eles a idade que tiverem serão sempre nossos meninos e meninas (para a minha mãe, até hoje eu sou...”a minha garota”) e nós, mães, sempre com histórias pra contar como se fôssemos as únicas do mundo a terem filhos tão maravilhosos.
Eis uma das últimas...Eu e minha filha, a mais velha, fomos fazer compras. Entramos na loja e ela experimentou algumas peças de roupas. Eu dando palpites, claro...mãe tem sempre que palpitar...em quase tudo. Ela experimenta essa, aquela, olha daqui, olha dali e diz para a vendedora...”Essa calça não vou levar, não gostei.” A vendedora...” Mas, ficou tão bem, ouvi a sua amiga ali dizendo que também gostou.” Ela olha a vendedora fixamente e muito séria, diz alto e em bom som...”Minha amiga? Ela é a minha mãe!!” Disfarcei, fingi que não tinha ouvido...afinal,mãe pode ser tudo...amiga, companheira, confidente, durona, ranzinza, gorda,magra, moderna, antiquada, flexível...mas antes de qualquer coisa...MÃE É MÃE!!!.... e ponto final!!.....


http://www.youtube.com/watch?v=EX_mlgq9iEc&feature=youtu.be
(Ganhei essa linda música e a presenteio a todas as mulheres , pq todas são um pouco mães do mundo)

5 comentários:

  1. Lu, ainda estou aqui e não resisti ao tema MÃE !
    Lu, a sua história materna é um sonho real !
    Lu, você e suas filhas "customizadas" e
    com Pedro ... ah Luzinha ... se tem outra mãe
    assim, que se apresente, eu ainda não conheci!
    Essa vó do Pedro, com narizinho vermelho, tem coisa mais linda ??? Tem Não !!! E Essa filha
    dançando com a mamita,tem coisa mais linda ???
    Tem não !!! Eu que fiz papel de mãe, sem parir, eu que fui um pouco mãe da minha mãe ... e tenho o coração de mãe ... aceito o seu beijo ... e já vou, levando sua linda e por vezes engraçada história de mãe, vou com essas fotos ... escandalosamente LINDAS ! Meu beijo procê, linda filha,linda mãe, linda avó ! REVIVA !

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  2. Tanta emoção nessas lembranças....depois que o tempo passa vemos como esses momentos foram bonitos e importantes.
    Um belo domingo das mães, vc merece todo o carinho das suas filhas e do Pedro. Que felicidade vc ter a sua mãezinha ao seu lado.
    muitos beijos

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  3. Te dou os parabéns com todo o meu carinho e sinceridade e concordo com a sua amiga Galba quando disse não conhecer outra mãe que se apresente assim. E não fique ruborizada ciomo vc fala, porque é verdade.E a música é linda, vc a merece mesmo.
    Que o seu dia das mães tenha sido muito feliz.
    beijsssssssss

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  4. Mãe nota 1000000000000................

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  5. Palavras para a Minha Mãe mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
    as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
    sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

    pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
    tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
    desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

    às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
    a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
    mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

    lê isto: mãe, amo-te.

    eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
    escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
    não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
    as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.



    José Luís Peixoto,
    in
    "A Casa, a Escuridão"

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